A tendência de crescimento dos carros elétricos
As vendas globais de carros elétricos cresceram 80% em 2021 e chegaram a 6,5 milhões de unidades. Apesar desse avanço os veículos alimentados pela energia das baterias representaram apenas 7% do total de unidades vendidas. Ou seja, muito longe da preferência do público pelos motores à gasolina.
Mas a tendência de crescimento continua. Diferentes montadoras de veículos já anunciaram, em conjunto, investimentos superiores a 170 bilhões de dólares em eletrificação. E vários mercados mundo afora já atingiram patamar significativo nessa jornada.
A China terminou o ano de 2021 com a maior frota de carros elétricos — ou seja, 8 milhões de unidades. Quase metade dos modelos desse segmento em todo o mundo. A Europa terminou com cerca de 5,5 milhões de carros movidos à bateria rodando pelo continente. Ou, 32% da frota global de eletrificados.
Mais de 1/3 desse total está na Alemanha, país que além de ser o maior consumidor de automóveis da região anunciou recentemente que em 2030 vão ser encerradas as vendas locais de modelos movidos à gasolina.
Nos EUA já existe uma frota de 2,3 milhões de carros elétricos. Quase metade disso no estado da Califórnia.
Mas é na pouco povoada Noruega de 5 milhões de habitantes que se encontra a maior participação nas vendas nacionais. Lá, mais de 85% de todos os automóveis consumidos já são elétricos e isso significa que a categoria já responde por mais de 22% da frota local.
Mas e o Brasil? Por aqui ainda estamos num patamar muito diferente. Os consumidores nacionais compraram em 2021 quase quatro vezes mais carros elétricos do que em 2020, é verdade. Mas os números ainda são muito baixos. No ano passado 2.800 unidades foram comercializadas, número que não chega a 2% de todos os veículos vendidos. E isso não é coincidência. Ao contrário dos países e regiões aqui citados, o Brasil não formulou ainda, nenhuma política ou ação estruturada para ampliar a comercialização desses modelos que não poluem e utilizam energia renovável.
Como a tendência em todo o mundo é pela eletrificação se as montadoras instaladas no país quiserem ganhar maior relevância nas cadeias produtivas globais do setor, elas vão ter que abraçar este novo caminho. Só assim vão poder sonhar em exportar novamente automóveis em larga escala para mercados sofisticados como a Europa e Estados Unidos, como aconteceu lá atrás nos anos 1980 e 1990.
Por: Ciro Dias Reis, presidente da Imagem Corporativa.
Nota: Este conteúdo foi extraído do perfil Futuro do Presente, publicado dia 14 de março de 2022 no Instagram