É possível prever quando chegaremos a um cenário de efetiva igualdade de gênero em todo mundo?
O caminho será longo. Segundo o Global Gender Gap Report 2023 do World Economic Forum que desde 2006 realiza pesquisas comparativas com este objetivo, em 102 países, inclusive o Brasil.
O Global Gender Gap Report compara a evolução dos cenários entre homens e mulheres em quatro áreas: participação econômica e oportunidades de trabalho; acesso à educação; empoderamento político; saúde e longevidade.
Na edição de 2023 que acaba de ser divulgada, o relatório aponta que o ritmo atual dos avanços registrados, de 2006 a 2023, permite estimar que serão necessários 162 anos para neutralizar o gap de gênero no quesito empoderamento político no mundo todo. E 169 anos para eliminar as diferenças em termos de oportunidades de trabalho e participação econômica. E ainda, 16 anos para se alcançar a igualdade no acesso à educação.
Claro que essa é uma média global preocupante, mas há países que estão em situação muito acima daquele patamar. É o caso da Islândia, que pelo 14º ano consecutivo, aparece como país com maior equidade de gênero no mundo todo. E o único a eliminar mais de 91% das diferenças entre homens e mulheres naquelas quatro dimensões analisadas.
Compõem ainda a lista dos cinco países que lideram esse ranking, além da Islândia, a Noruega, Finlândia, Nova Zelândia e Suécia.
O Brasil aparece no ranking na posição 57, com 72% das diferenças entre homens e mulheres já superadas.
E já que falamos em Brasil, vale lembrar alguns números. A participação feminina em cargos de liderança vem crescendo continuamente. Mas mulheres em posição de CEO nas empresas, são ainda apenas 17% do total. Curiosamente, as 92 mulheres eleitas deputadas federais e senadoras representam um contingente muito semelhante, percentualmente falando. Elas são 16% do total dos parlamentares do Congresso Nacional.
Por: Ciro Dias Reis, presidente da Imagem Corporativa.